A Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde, de Cachoeira do Sul, confirmou nesta quinta-feira (29/05) mais dois óbitos por Influenza A este ano na cidade. É a terceira morte pela doença comprovada pelo órgão através de investigação laboratorial em menos de uma semana. Em ambos os casos – um paciente do sexo masculino, 83 anos, apresentando comorbidades e não vacinado contra influenza em 2025, e uma paciente do sexo feminino, seis anos de idade, apresentando comorbidades e imunizada contra influenza neste ano – as pessoas se encontravam internadas no Hospital de Caridade e Beneficência devido ao quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Segundo o estadual do cenário epidemiológico, o município contabiliza este ano 24 hospitalizações até o momento de pacientes com SRAG, sendo 14 delas em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
O primeiro óbito havia sido confirmado pelo setor de Epidemiologia na sexta-feira ada (23/05), de uma paciente do sexo feminino, de 75 anos e apresentando comorbidades, não imunizada para a influenza em 2025 e em tratamento no HCB. De acordo com levantamento da Secretaria Estadual da Saúde, já são 389 óbitos no Rio Grande do Sul, dos quais 301 acometeram gaúchos acima dos 60 anos de idade.
EVOLUÇÃO DA DOENÇA
A cidade teve o primeiro caso confirmado de SRAG por influenza A nos primeiros dias de maio, quadro este que teve boa evolução clínica. A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é diagnosticada quando indivíduo com Síndrome Gripal (SG) evolui com dispneia/desconforto respiratório, pressão ou dor persistente no tórax, saturação de O2 menor ou igual a 94% em ar ambiente, e coloração azulada (cianose) dos lábios ou rosto; geralmente os pacientes apresentam primeiro um quadro de SG, podendo evoluir para SRAG, o que reforça a atenção aos seguintes sintomas: febre, calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos e ou distúrbios gustativos, podendo surgir sintomas gastrointestinais. Identificados sinais similares, a Secretaria Municipal da Saúde orienta os usuários a procurarem os serviços de saúde o mais breve possível.
A influenza é uma infecção viral aguda, que afeta o sistema respiratório e é de alta transmissibilidade. A vacina é capaz de evitar entre 60% e 70% dos casos graves e óbitos. Os imunizantes distribuídos em 2025 contém as seguintes cepas: H1N1, H3N2 e B. A estratégia de vacinação contra a influenza tem como propósito reduzir internações, complicações e óbitos. As imunizações contra a influenza e covid-19 são as medidas de prevenção mais eficazes para proteger contra essas doenças e, principalmente, na evolução para formas graves e respectivas complicações clínicas. De acordo com a Diretoria de Vigilâncias em Saúde (DVS), os imunizantes também contribuirão significativamente para redução da circulação viral, protegendo especialmente os indivíduos que apresentam fatores ou condições de risco. Confira a íntegra do comunicado em anexo.
POSTOS DE SAÚDE TAMBÉM VÃO MEDICAR PARA GRIPE
A evolução e o agravamento dos casos de síndromes gripais no município exigiram reação rápida da Secretaria da Saúde, que já está adotando nova estratégia no manejo de pacientes na rede de atenção básica. A oferta de medicamentos para os casos de dengue, inovação adotada durante o terceiro turno da saúde e já estendida ao horário regular, está sendo ampliada a partir de agora aos pacientes apresentando síndromes gripais em todos os postos de saúde. A titular da SMS, Camila Barreto, acionou a Comissão de Farmácia e Terapêutica de Medicamentos e Insumos Essenciais (CFT), que emitiu nesta quarta-feira (28/05) nota técnica regulando os protocolos de segurança na prescrição, uso e istração de medicamentos já nas unidades.
Segundo a coordenadora de Assistência Farmacêutica da SMS, Lutiane Friedrich, o protocolo de descentralização dos medicamentos às unidades, que abrevia de fato o início do tratamento, ofertará aos casos de síndromes gripais analgésicos e antitérmicos, anti-alérgicos, expectorantes e, quando houver prescrição médica, o medicamento Oseltamivir, comercializado sob a marca Tamiflu, antiviral usado na prevenção e tratamento de gripe por Influenza A e Influenza B. Ele é indicado para pacientes com complicações ou em risco de complicações nas 48 horas após os primeiros sintomas de infecção.
Rede de atenção básica
Horário regular dos postos de saúde: 7h às 12h e das 13h às 16h, segundas às sextas-feiras.
Horário estendido: 17h às 21h nas EAP Central (esquina das ruas Conde de Porto Alegre e XV de Novembro) e Centro Social Urbano (Rua Leopoldo Souza, 1448 – Bairro Santa Helena), segundas às sextas-feiras.
Fonte: Viviane Souza/Saúde
